domingo, 14 de março de 2010

Colecionando dias.


Hoje, quando estava tentando cochilar ,como todas as tardes depois que chego em casa, percebi que amanhã já é quinta. E fiquei pensando como tudo está passando rápido demais.
Os dias passam muito rápido,as semanas voam, os meses correm, e a gente, ou pelo menos eu nem me dou conta disso. Quando eu percebo, já está acabando o mês, ou já está no fim do ano. Parece que a partir da sexta série os anos começaram a passar mais rápido, ou foi a partir dessa época que eu comecei a reparar no tempo e como ele passa depressa.
Eu queria que os dias tivessem mais horas,que fossem mais longos, porque não estou dando conta de tudo aquilo que tenho de fazer. Lições, trabalhos, estudar,ver amigos,namorado,ficar com a família,ir à igreja. São muitas tarefas, muitas coisas pra fazer, e eu não tenho como deixar de fazer uma,todas tem de ser feitas.
Mas se os dias fossem mais longos,aqueles que desejamos que passem logo, durariam mais. Poderíamos ter controle disso né? Escolher como deveriam passar os dias.
Mas como não podemos escolher, precisamos aproveitá-los da melhor forma possível. Mas ultimamente estou com a sensação de que não estou fazendo isso, com a sensação que não estou fazendo nada,embora esteja.
Está tudo bem confuso como podem ver, mas eu estou tentando entender,mas ainda não entendi.
Terminei de ler um livro que uma amiga me emprestou, “Por mais um dia”, que me fez pensar ainda mais no tempo. É um livro lindo,fala mais sobre família, e conta a história de um homem que não soube aproveitar o tempo que teve com as pessoas que o amavam. E deixa duas perguntas: “Se você tivesse uma chance, uma única chance, de voltar atrás e corrigir algo que fez de errado, você a aproveitaria? Você seria capaz de merecê-la?”
Refleti nisso, e fiquei lembrando de tantas coisas, e se voltasse o que faria. Pensei,e vi que não é possível voltar,e aproveitar o passado, e sim, só o presente.
Tinha uma parte do livro que falava algo de colecionar dias. Eu não lembro muito bem o que falava,mas isso me chamou a atenção. Porque eu não quero apenas colecionar dias,anos e ter só acumulado, sem ao menos não ter alguma lembrança fantástica,mesmo que de coisas simples.
Esse homem, teve uma infância triste e ao mesmo tempo linda. Eu fiquei lembrando da minha (da qual não faz muito tempo).Pensei no amor de mãe,e quis ter amado mais.
Mas tem coisas das quais não esqueço, que são coisas bobas,mas ficam guardadas. Como num dia das mães,que fiz um presentinho na escola,mas na hora de entregá-lo,entreguei para o meu pai (que era meu preferido na época); lembro de ficar sentada no último degrau da escada da casa da minha vó e ouvir meu vô gritar cilelê e eu dar um recíproco grito: cilelô. Ninguém entende, mas eu entendo. E senti falta de ser criança novamente. Da inocência, do amor diferente pelos pais, das brincadeiras, de não ter com o que se preocupar, dos avós nos paparicar, da risada gostosa de criança, do namoradinho de dar a mão, de brincar de competição de quebra cabeça com a minha mãe,das festas juninas que eu dançava quadrilha,de tomar banho de mangueira, dos natais onde esperava com medo mas ansiosamente o Papai Noel ...
Quero ter no futuro,lembranças tão boas como tenho da infância. Não voltam mais, não podemos voltar e aproveitar mais do que aproveitamos.
Estou tentando viver de um modo leve,embora as preocupações e a ansiedade estão tomando conta de mim,e em muitos momentos tirando o prazer dos momentos.
Mas estou tentando, é o importante.

Obs: hoje já é domingo,mas escrevi esse post quarta. Só estou postando agora porque não tive muito tempo essa semana, merda de tempo.

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